terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

ARTIGO





Este artigo foi publicado há alguns meses no Jornal O Estado do Maranhão e fala sobre nossa falta de leitura. Esperemos que esse quadro melhore o mais rápido possível. (clique no artigo para ampliá-lo)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

UM ADEUS A NASCIMENTO MORAIS FILHO

NASCIMENTO MORAIS FILHO



A Natércia, amiga estimada que sei que sofre por este momento.






Enquanto escrevo estas poucas linhas, é sepultado no cemitério do Gavião o corpo do poeta, pesquisador e ativista ambiental Nascimento Moraes Filho. Falecido na manhã de ontem (21/02), aos 86 anos, o escritor deixa em seus leitores a sensação de vazio, mas de certeza de que ele fez o melhor que pôde na defesa da cultura maranhense, do meio-ambiente, da poesia e dos valores éticos.

Além de grande poeta, um dos melhores de sua geração, Nascimento Morais Filho também deixou sua marca na historiografia literária maranhense ao redescobrir o talento de Maria Firmina dos Reis. Graças a ele e a seus esforços, hoje o Maranhão pode ler a obra da matriarca de nossas letras. Mas este não é o único débito que o Maranhense tem com esse brilhante escritor e pesquisador.

Defensor incansável dos valores de sua terra, o pesquisador também se debruçou sobre as trovas maranhenses esparsas em jornais do século XIX. Estudou também nomes como Frutuoso Ferreira, Estevão Rafael de Carvalho e Ladislau Henrique Maciel da Silva Aranha.

Dono de um estilo poético voltado para o social e para a defesa dos oprimidos, Nascimento Morais Filho era o típico escritor que não se calava diante das injustiças sociais e que encontrava nos versos as armas necessárias para mostrar que algo pode ser feito pelo bem da população, como pode ser visto no fragmento que ilustra o final desta postagem.

Nascimento Morais Filho é um daqueles nomes que só fizeram bem às letras e à evolução da pesquisa no Maranhão. Esperemos que seu nome não fique esquecido das gerações futuras e que suas obras possam ser lidas por jovens e adultos em futuras edições, um modo de preservar a memória desse homem que tanto lutou para que nossa terra tivesse sua própria memória.


ALGUMAS OBRAS DE NASCIMENTO MORAIS FILHO

Clamor da Hora Presente (poesia)
Azulejos (poesia)
Esfinge do Azul (poesia)
Pé-de-Conversa (pesquisa)
Cancioneiro Geral do Maranhão (pesquisa)
Esperando a Missa do Galo (pesquisa + coletânea)
Maria Firmina dos Reis – Fragmentos de uma vida (pesquisa)
Úrsula (edição fac-similar do romance de Maria Firmina dos Reis)
Cantos à Beira Mar (edição fac-similar do livros de Maria Firmina dos Reis
)


FRAGMENTO DE CLAMOR DA HORA PRESENTE

Ai de vós, Industriais da Miséria e da Injustiça!
Ai de vós
que desperdiçais em vossa lauta mesa
a comida que roubais da boca dos meus irmãos!
Ai de vós
que transformais em vinho de vossa adega
o sangue que sugais dos meus irmãos!

Ai de vós
que transformais em sons de “long play”
os soluções e os ais de meus irmãos!
Ò vós
que céus enegreceis de tantos crimes,
levantai-vos de vossa prostração!
- É outra vossa crença! É outro vosso culto!
- As vossas oblações ofendem a Deus,
Ó vós
que celebrais a Missa Negra da Miséria
e da Injustiça

FONTE: Clamor da Hora Presente – Edição Internacional, São Luís, 1992. pág. 31)


sábado, 21 de fevereiro de 2009

OS CONTOS CRUÉIS DE BRUNO TOMÉ FONSECA


Acabo de reler (sim, de reler mesmo, pois esse trabalho merece ser lido e relido) os originais de CONTOS CRUÉIS, livro de estreia de Bruno Tomé Fonseca. Não sei quando será lançado o livro, mas espero que seja em breve, pois as letras maranhenses carecem de prosadores de talento que engrossem nossas fileiras literárias.

São apenas sete contos, a maioria com narração em primeira pessoa, mas que trazem em comum personagens angustiadas e que buscam desesperadamente encontrar um motivo para continuar a própria existência. Ironicamente, o autor coloca no mesmo patamar de tédio e de angústia, um escritor de best sellers, uma lésbica abandonada pela parceira, um advogado em crise existencial, um músico cheio de frustrações e duas bactérias que mantém um diálogo ao mesmo tempo filosófico a respeito da própria existência e da possibilidade de haver vida além do “túnel úmido”.

O desejo de conhecer o mundo e ao mesmo tempo de (re)conhecer-se como parte integrante das sempre contraditórias insanidades do mundo; a certeza de alcançar seus objetivos plenamente e a busca desesperada por algo que possa encher o vazio do viver são as marcas essenciais dos CONTOS CRUÉIS de Bruno Tomé Fonseca. Os leitores mais acostumados com as narrativas contemporâneas não deixarão de identificar nos contos algumas pinceladas de leituras de Rubem Fonseca, Patrícia Melo, Dalton Trevisan... e voltando um pouco mais no tempo, de Franz Kafka, Charles Bukowski e Roberto Arlt, mas sem tentativa de imitação, mas apenas de inspiração técnica e temática.

Esperemos que o livro seja editado e chegue às mãos de quem aprecia a literatura contemporânea. Alguns contos podem chocar leitores mais sensíveis, mas isso é bom, pois, às vezes é preciso lembrar ao mundo que além das rosas e dos jardins há também o esterco, os porcos e as bactérias.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

UMA RESENHA DE FLAVIANO



Flaviano e Mariane estão lutando para divulgar as letras maranhenses. No blog www.maranharte.blogspot.com, eles vão tecendo palavras e cumprindo com um papel que seria de todos os que gostam do Maranhão, mas que, infelizmente, poucos levam a sério.

No espaço abaixo, reproduzo uma resenha de Flaviano a respeito de meu mais recente livro, Montello: O Benjamim da Academia. Agradeço a ele e, mesmo sem permissão transcrevo aqui o trabalho







RESENHA

Flaviano Menezes
Graduando do curso de Filosofia (UFMA)

O livro Montello: O Benjamim da Academia, de José Neres (professor de Literatura da UFMA e autor de Os epigramas de Artur, em parceria com o professor Dino Cavalcante, de 2000; Estratégias para matar um leitor em formação (2005); 50 pequenas traições (2007), dentre outros) é a princípio dirigido ao público que gosta de literatura e principalmente deseja saber como um escritor consegue a “imortalidade” da Academia Brasileira de Letras. Nesse caso, seguiremos os últimos passos percorridos pelo maranhense Josué Montello até ingressar na tão almejada Casa de Machado de Assis.


José Neres não se apresenta como um pesquisador que se preocupa em parecer “sofisticado”, procurando sempre um termo pomposo para aparentar ser mais acadêmico, algo que acontece em demasia em nossas atuais, eruditas e entediantes obras bibliográficas. A análise sobre como o autor de Os tambores de São Luis conseguiu em 1954 a cadeira que outrora pertenceu ao também maranhense Artur Azevedo é menos acadêmica do que outras obras desse gênero e talvez por isso torna-se uma vantagem lê-la, isso porque, a finalidade da obra parte exatamente da preocupação de um pesquisador em apresentar os fatos, sendo ele próprio um observador, com notas necessários, mas sem aqueles dispensáveis comentários tendenciosos.

Josué Montello nasceu em São Luís, em 21 de agosto de 1917. Estudou na escola Modelo Benedito Leite, onde fez o curso primário, e posteriormente no Liceu Maranhense. Ainda no Liceu dirigiu A Mocidade, onde publicou seus primeiros trabalhos literários. Ingressa na Sociedade Literária Cenáculo Graça Aranha e começa a colaborar nos principais jornais da cidade (Folha do Povo e O Imparcial). Ao mudar-se para Belém do Pará, consegui publicar seu livro de estréia e aos dezoito anos torna-se membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Muda-se novamente, agora para o Rio de Janeiro, em 1938 e integra o grupo de intelectuais “Dom Casmurro”, colaborando com esse periódico e outros jornais da capital. Em 1939, aos vinte dois anos de idade estava na Academia Brasileira de Letras lendo seu artigo “A índole da língua e a frase de Machado de Assis” e iniciando uma aspiração que só conseguia concretizar quinze anos mais tarde: a de ser um imortal das letras brasileiras.


O livro de José Neres começa esclarecendo porque Montello já se mostrava um acadêmico antes mesmo de adentrar com o fardão naquele templo das letras e como era querido pelos outros escritores e até pelos críticos literários, como o discordante Agrippino Grieco, que, em nota sobre a eleição de Montello para a Academia declarou essa pérola; “Isto não é novidade, o Montello é acadêmico desde a escola primária.


A política interna da Academia, as expectativas, a candidatura, as cartas de pedido de voto, o auxílio indispensável de Viriato Corrêa, a votação e a vitória de Montello para a cadeira de número vinte e nove são alguns dos assuntos desvendados por Neres nesse necessário e instigante trabalho de pesquisa, trabalho este que se utiliza também de cartas, notas de jornais e fotos do momento mais glorioso que um escritor pode almejar. Em suma: um livro muito bem escrito, em linguagem acessível e que, sem grandiloquências, dá uma lição de como apresentar um grande escritor para uma nova geração de leitores (e pesquisadores) que está se formando no Maranhão.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

DOIS POEMAS




Hoje não tem comentários, apenas dois poemas para nosso domingo!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

UM POEMA PARA COMEÇAR O DIA


Para começar esta quinta-feira, coloco um pequeno poema. A cada dia me dedico menos aos versos, pelo menos como autor, mas mergulho intensamente neles na condição de leitor sempre apaixonado por todos os tipos de arte.



SILÊNCIO
José Neres


O silêncio é a arma
dos sábios e dos loucos.
O silêncio ilumina muitos,
mas guia bem poucos.

O silêncio é o grito
eterno da Morte
que grita ao vento
o destino e a sorte.

O silêncio é meu olhar
de moribundo eterno.
O silêncio é o crepitar
deste meu inferno.

O silêncio é a comunhão
de dois amantes
que se encontram, mas
não se entendem como antes
.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

COMO VAI NOSSA CIDADE?


Este texto foi escrito há alguns anos, quando se aproximava um dos aniversários de São Luís. Não tive a oportunidade de publicá-lo em jornais (acho que não interessaria a nenhum deles). Encontrei-o em um arquivo e agora decido postá-lo aqui no espaço democrático do blog. Desejo uma boa leitura leitura a quem se aventurar a lê-lo!





LAMENTOS DE UMA DAMA ABANDONADA
José Neres




Hoje, aproximando-se as comemorações de mais um aniversário, eu, bem longe das badalações, volto minha enrugada face rumo ao passado e contemplo, com os olhos cheios de lágrimas, a magnitude de minha história em contraste com a miséria de meu presente.

Muito rica fui. Usei as mais belas vestes vindas da Europa. Conheci centenas de homens ilustres, quase todos se renderam aos meus encantos, e alguns, mais talentosos, encheram páginas e mais páginas de versos em minha homenagem. Várias mulheres suspiravam ao me conhecer e não foram poucas as que, sorrindo ou em prantos, declaravam-se apaixonadas por mim. Eu, vaidosa, aceitei as oferendas de todos, sem distinção de sexo. Nunca parava para analisar com quem estava flertando, de quem se tratava ou quais eram seus outros interesses. Amei a todos com a mesma intensidade com pensei que era amada.

Em minhas inúmeras casas, cujas paredes foram erguidas à base de cal, pedra óleo de baleia, muitas lágrimas e muito suor de escravos, inúmeras mortes foram tramadas, centenas de golpes foram planejados e muitos inocentes foram aprisionados, sem direito a voz ou defesa e, muitas vezes, sem direito a um último banho de sol ou um último pedido.

Confesso que para muitos fui mãe, irmã, esposa e ardorosa amante, mas que para outros fui apenas um cruel e frio carrasco. Só agora, com a sabedoria adquirida com o sofrimento, vejo que muitos daqueles a quem maltratei também me amavam, porém de outro modo. Eles tentavam corrigir meus defeitos e curar-me de meus tantos vícios. Fui cega e vi em cada crítica um inimigo a ser eliminado. Ah! Quantos inocentes maltratei e quantos bandidos protegi!

Acreditei, durante muito tempo, que todas as riquezas e toda a fama que acumulei na minha áurea juventude eram infinitas. Pensei que meus belos casarões fossem indestrutíveis e que minha beleza fosse eterna. Mas o implacável tempo se encarregou de apagar até mesmo os retratos que outrora alguns aventureiros fizeram de mim. Vi, aos poucos, as linhas e os traços de minhas telas, sem conservação adequada, perderem as cores, o brilho e a nitidez. Só então percebi que envelhecia, envelhecia, envelhecia...

Minha fortuna está acabando e brevemente chegará o dia em que viverei tão somente do dinheiro ofertado pelos estrangeiros que me visitam e de subvenções governamentais. Meus casarões estão ruindo, minhas vestes estão cobertas de remendos, minhas fontes de vida rapidamente se esgotam e as belas maquiagens que sempre fazem em mim para posar ao lado dos turistas não resistem às altas definições das modernas câmaras digitais que, a cada flash, teimam em ressaltar as profundas marcas de minhas rugas, de minha solidão e de meu abandono.

E à noite, perdida entre o som dos tambores, o bronze dos sinos que dobram, as velhas litanias, o silêncio dos canhões abandonados e o eterno tecer das teias do tempo, com os olhos cheios d’água, faço minha ultima prece: Oh, autoridades, deixem-me viver, pois ainda não vivi toda a minha poesia!!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

FONTES ESQUECIDAS

Infelizmente, publicar um livro é uma tarefa árdua e quase senpre desgastante. Há quem o faça para realizar um sonho, mas com a consciência de que dela talvez nunca sera dito uma palavra de modo mais crítico.

Acredito que o papel de quem tem a oportunidade de trabalhar com a literatura não é tão somente a de falar sobre as obras e os autores canonizado. Particularmente, gosto de escrever sobre livros que ficaram sem ressonância na memória literária. Hoje falarei sobre Fontes de Inspiração, livro de A. T. Fróes, e que me foi gentilmente ofertado por Laura Fróes, uma querida aluna por quem tenho grande carinho, e filha do autor. Espero, com esse modesto artigo, cumprir com meu papel de educador e de divulgador das letras de minha província.


FONTES ESQUECIDAS
José Neres
(Professor de Literatura)



Estamos numa época em que as tentativas de inovações no âmbito da prosa e da poesia parecem suplantar o trabalho de quem se contenta em usar as formas mais tradicionais de pôr a inspiração no papel.


Desse modo, os escritores que optam por uma literatura aparentemente menos ousada acabam, em muitos casos, condenados às trevas do ostracismo e ao limbo do silêncio. Seus livros, frutos de hercúleos esforços que vão da concepção dos textos à editoração gráfica, mesmo publicados, permanecem inéditos aos olhos do público. Não raras vezes, lançamento serve de rima para lamento, sofrimento, arrependimento e, principalmente, esquecimento.


Publicado sem muito barulho em 1998, o livro “Fontes de Inspiração”, do maranhense Antônio Torres Fróes, é uma obra que traz em cada página, em cada poema, em cada verso, o esforço do poeta de tirar da alma e da memória os lugares e os momentos que marcaram sua vida e que ficaram eternizados em sua memória.


Em uma primeira leitura, o livro pode parecer um álbum de reminiscências, um exercício de resgate das inúmeras impressões que passeiam pelas retinas do autor e que encontram no papel uma forma de eternizar-se. Porém, em um olhar mais atento, pode-se ver também que, no conjunto, o livro é uma grande declaração de amor à vida, à natureza, à terra natal e aos lugares que nunca serão esquecidos.


Em versos simples e bem ritmados, privilegiando quadras e sonetos, Antônio Torres Fróes passeia pela própria memória e dela tira a fonte primária para sua inspiração de homem encantado com a vida, mas insatisfeito com algumas situações sociais que poderiam ser corrigidas. Em verdade, as forças motrizes que do livro são as seguintes: um passado que só pode ser recuperado pela memória, um olhar para os lugares visitados e os diversos painéis de um cotidiano que mistura lirismo e saudade.


A. T. Fróes, como está grafado na capa do livro, deseja pura e simplesmente dar vazão a seus próprios sentimentos, despertando no leitor a empatia para com as situações apresentadas. Em alguns poemas é possível notar o descontentamento do eu-lírico com o quadro social do país e do mundo. Em outros momentos, há o sobressair de emoções que não podem ser contidas pelo uso da razão e que encontram na poesia o escoadouro necessário.


Em suma, Fontes de Inspiração pode até não ser um livro de caráter inovador na forma, no estilo nem na temática, mas, sem dúvida é uma obra que pode levar o leitor alguns pontos do elo perdido da própria existência.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

BANDEIRA TRIBUZI


Hoje, 02 de fevereiro, é o dia do aniversário de nascimento de um dos maiores poetas que o Maranhão já teve: Bandeira Tribuzi.


Como não temos o hábito de guardar a memória de nossos nossos grandes valores culturais, a data deve pasar esquecida, ou pelo menos pouco lembrada. Ontem, o professor José Carlos Sousa e Silva publicou em O Estado do Maranhão uma Homenagem a Tribuzi e provavelmente outros estudiosos escreverão sobre o poeta. Mas mesmo assim ainda é pouco para homenagear um homem que fez tanto. pelas letras maranhenses.


Quando Tribuzi voltou de Portugal, o Maranhão ainda era uma terra que vivia na afã do passadismo romântico. Coube a Tribuzi mostrar à juventude daquela época as novidades literárias que não chegavam a nossa terra. Hoje, três décadas após sua morte física, o Poeta continua vivo nas letras do Hino da cidade a que ele tanto amou, no nome de uma ponte, em um memorial que nunca sai do papel e na memória de quem ama a Poesia. Porém seus livros, repositórios materiais da alma e do estro do poeta, está cada vez mais esquecidos e menos lidos... Infelizmente.


Para os estudiosos desse grande poeta, deixemos aqui apenas algumas sugestões bibliográficas, para aprofundamento de leitura.


1. Rossini Corrêa - Pela Cidade do Homem - Livro essencial para quem deseja entrar em contato com a obra tribuziana


2. Rossini Corrêa - O Modernismo no Maranhão - Um desdobramento do livro anterior, com uma abordagem mais aprofundada e com um grande destaque ao momento histórico e às mudanças ocorridas no Maranhão da época de Tribuzi


3. Sonia Almeida - Tribuzi: Bandeira Poética de São Luís - Nesse livro, a professora Sonia Almeida estuda alguns poemas do poeta maranhense, mas aproveita também para dar uma visão panorâmica sobre o autor.


4. Nauro Machado - As Esferas Lineares - Um livro de ensaios de Nauro Machado. É interessante de grande talento ver um poeta fazendo uma leitura de outro poeta magistral. Nauro Machado demostra muita erudição e segurança ao estudar a poesia de Tribuzi.


5. Ramiro Azevedo - As Isotopias em Tribuzi - Livro hoje muito raro no qual o professor Ramiro Azevedo estuda Tribuzi de modo mais técnico, que serve tanto para a abordagem literária quanto (e principalmente) para a linguística.


6. Guesa Errante - Em alguns números desses interessante e necessário suplemento, é possível encontrar vários textos sobre Tribuzi


Para terminar, um poema de Tribuzi:




Imagem


Vista do mar, a cidade,
subindo suas ladeiras,
parece humilde presépio
levantado por mãos puras:
nimbada de claridade,
ponteia velhos telhados
com as torres das igrejas
e altas copas de palmeiras.
Seus dois rios, como braços
cingem-lhe a doce figura.

Sobre a paz de sua imagem
flui a música do tempo,
cresce o musgo dos telhados
e a umidade das paredes
escorre pelos sobrados
o amargo sal dos invernos.
Tudo é doce e até parece
que vemos só o animado
contorno de iluminura
e não a realidade:
vista do mar, a cidade
parece humilde presépio
levantado por mãos puras
e em sua simplicidade
esconde glórias passadas,
sonha grandezas futuras.