A LITERATURA INFANTO-JUVENIL NO
MARANHÃO – III
(O Estado do Maranhão, 26 de agosto de 2010)
José Neres
Nos últimos anos, o autor maranhense que mais tem se destacado na publicação de obras destinadas ao público infanto-juvenil é Wilson Marques. Não apenas pela quantidade de obras publicadas, mas também pela qualidade de seus textos e pela evidente presença de um projeto literário que visa levar para os leitores iniciantes um pouco da história de São Luís e do Estado como um todo, com suas lendas, folclore e personalidades mais destacadas.
Em sua escrita, Wilson Marques consegue equilibrar os aspectos ficcionais da narrativa com elementos que fazem parte da história ou do imaginário popular do povo maranhense. Dessa forma, ele consegue despertar a curiosidade do jovem leitor que, após o contato inicial com o livro, pode sentir-se motivado para pesquisar sobre as curiosidades deixadas ao longo das páginas. Livros como “Touchê: uma aventura pela cidade dos azulejos”, “Touchê: uma aventura em noite de São João”, “Quem tem medo de Ana Jansen?” e “Touchê e o segredo da serpente encantada”, entre outros, são essenciais para despertar nos jovens o interesse pela história e pelas lendas do Maranhão, tornando-se excelentes aliados dos educadores na tarefa de levar às novas gerações, de forma lúdica e didática ao mesmo tempo, um pouco da identidade cultural do povo maranhense.
Pensando em um público mais amadurecido, Wilson Marques também investiu na série “O Maranhão também tem História”, na qual pontos estratégicos da História do Maranhão são narrados em uma linguagem acessível. Os livros podem ser lidos apenas com uma perspectiva lúdica ou podem servir como fonte de consulta para trabalhos escolares.
Outro escritor que, apesar de pouco divulgado, tem uma boa produção de obras infanto-juvenis é Gilmar Pereira, que nasceu em Tocantins, mas que vive em Imperatriz desde seu primeiro ano de vida. Recentemente, o escritor Lançou “O Camaleão que queria ser gente e outras fábulas”, uma coletânea de histórias que trabalham temas bastante atuais como poluição ambiental, culto ao corpo, solidariedade e descobertas juvenis. Tudo em uma linguagem carregada de alegorias, em que os animais funcionam como personagens tipificadas, representando pequenos grupos que são facilmente identificáveis durante a leitura.
Gilmar Pereira vem há mais de uma década dedicando-se à formação de leitores com seus textos metafóricos e sociais ao mesmo tempo, como é o caso de “O menino e a Lagosta e outras peripécias”, “A bela amortecida e outros contos”, “Contos de menino e de menina e de velho também” e “Canção para dormir e outros contos”. Em suas narrativas fica claro o desejo de divertir e ensinar ao mesmo tempo, mas sem precisar recorrer ao mero moralismo e sem tratar o jovem leitor como figura passiva diante dos textos.
Reconhecido por sua habilidade por tratar temas polêmicos e por levar para o mundo ficcional fatos verídicos que frequentaram as páginas policiais de jornais, José Louzeiro – o criador do romance-reportagem de cunho policial no Brasil – consegue levar o público infanto-juvenil para um universo de suspense e de aventura. Alguns de seus livros, como “Ritinha Temporal”, “A Gangue do beijo” e “O bezerro de ouro” são adotados como livros paradidáticos em diversas regiões do país e são constantemente reeditados. Não são, contudo, obras para quem ainda tateia no mundo das palavras escritas, mas sim para leitores (jovens ou adultos) com certo grau de proficiência e que já desenvolveram a habilidade de relacionar a ficção com a realidade circundante.
Autores como Wilson Marques, Gilmar Pereira e José Louzeiro mostram que é possível produzir obras de boa qualidade técnica e temática. Mas eles não são os únicos com essa habilidade, pois há ainda muitos outros escritores que, mesmo sem divulgação publicam trabalhos de bom nível, conforme veremos no próximo artigo.
onde posso comprar esse livro : touche: uma aventura na cidade dos azulejos? peciso para a escola
ResponderExcluirEstava procurando informações sobre nosso ilustre escritor Wilson Marques do qual já conheço Touchê, e suas dicas meu caro professor Neres (FAMA/2005) foram maravilhosas. Muito bom valorizarmos nossos escritores.Beijos
ResponderExcluirDaysemar Azevedo