domingo, 14 de junho de 2009

CINEMA MARANHENSE


ENTRE O RISO E O PRANTO

José Neres

A produção cinematográfica maranhense em média e longa metragem é, além de pequena, pouco divulgada. Por isso não deixa de chamar a atenção quando um jovem e talentoso cineasta como Cícero Filho consegue ter seus trabalhos divulgados além dos restritos círculos dos amantes da sétima arte e atinge outras camadas sociais com obras que não estejam ligadas à poderosa e praticamente imbatível indústria do entretenimento de massa.

Em um artigo publicado em O Estado do Maranhão, Joaquim Haickel, um de nossos premiados intelectuais voltados para as artes cinematográficas, rende-se, mas sem deixar de lado o rigor crítico, ao hoje bastante conhecido, visto e até pirateado “Ai, que vida!”, uma interessante comédia ambientada no eixo Piauí-Maranhão. O filme proporciona boas gargalhadas a quem se deixa levar pelas ironias do roteirista-diretor, pelas hilariantes caretas do prefeito e pela interpretação leve e até mesmo ingênua dos atores, que, mesmo dentro de um evidente amadorismo, esforçaram-se por fazer um trabalho que primasse pela qualidade possível dentro dos limitados recursos humanos e financeiros que ficam evidenciados na produção.

Mas a intenção de “Ai, que Vida!” vai além do riso fácil. Quem prestar atenção aos diálogos perceberá o tom crítico que permeia grande parte do filme. Na tela há um verdadeiro desfile de tipos humanos que não são apenas elementos de ficção, mas sim figuras encontráveis em qualquer noticiário ou mesmo em um rápido passar de olhos nas periferias de nossas cidades.

O sucesso da comédia alavancou a busca por outras produções do mesmo autor. Não é difícil, agora, no comércio informal, encontrar cópias de “Entre o Amor a Razão”, uma história capaz de levar as pessoas mais sensíveis às lágrimas e/ou a um profundo sentimento de revolta por causa das injustiças sociais descritas em aproximadamente uma hora e meia de projeção.

A miséria é a personagem invisível que permeia todo o filme. Ao lado de breves sopros de esperança, temos um vendaval de situações adversas a açoitar uma família unida pelo amor, mas irremediavelmente atolada em um charco de lama que sufoca quem tenta dele escapar. As sucessões de cenas trágicas deixam o espectador atormentado e sem esperança de um final feliz que lembre a velha história do “e foram felizes para sempre”.

Mesmo com o evidente intuito de levar as pessoas à catarse, Cícero Filho não deixa de lado seu tom irônico e os diálogos que destilam críticas sociais. Fica evidente no decorrer do filme que o que arrasta Cláudia, Elizeu e suas crianças para os pontos mais degradantes da existência humana não é apenas a óbvia constatação da pobreza econômica de uma região, mas também a falta de vontade política em resolver ou pelo menos amenizar os problemas de um povo sofrido. Possivelmente, uma das razões do sucesso de Cícero Filho é sua capacidade de dar, em suas produções, um pouco de voz a um povo que tanto sofre na mudez de uma dor que sufoca até mesmo os menores soluços de angústia.

Filmes como “Ai, que Vida!” e “Entre o Amor a Razão” servem para que as pessoas possam ver uma realidade que nos é tão familiar, mas para a qual não titubeamos em fechar os olhos ou virar o rosto. Pelo menos, no cinema ou na tela da TV, entre uma gargalhada e uma lágrima escorrendo pela face, não fechamos os olhos para essas tristes verdades.

4 comentários:

  1. meu nome é jackson silva, tenho 28 anos de idade, sou intrutor de infomática e moro na cidade de viana-ma, e assistir essa maravilhosa obra de arte, e fiquei verdadeiramente encantado assim como minha familia e meus vizinhos que assistiram e todos vocês estão de parabéns, eu não imagina que no meu estado tinha tanto talento e critividade, tudo em baseado na reladade do nosso brasil, meu msn assim como meu orkut é jacksonhotwailler@hotmail.com, gostari ade saber mais sobre esse trabalho que vocês realizam, por favor me mande recadosm mensagens, quelquer coisa eu quero ficar informado de tudo sobre vocês. um grande abraço. parabéns, nota 1000.

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  2. Ae galera,meu nome é Jailton Neves,moro no ABC paulista na grande São Paulo e tiver o prazer de ver esta maravilhosa obra,(Ai,que vida).Uma amiga foi ao Píauí e trouxe,eu e todos de minha familia asssitiram, e foi só risos e gargalhadas.
    Parabenizo,á direção,que não sei se propositalmente ou não,usou a moralização,para satirizar a política brasileira e num momento tão oportuno.Grande diretor Cícero Filho,parabéns,pela entrevista no programa do Jô,sou de familia maranhense e Piauiense,e me sinto bem representado,por esta intelectual figura!Uma grande abraço.Espero receber noticias sobre filmes e etc....ah,qdo vierem á São paulo,comuniquem aos fãs,hehehehe.
    email: jailton_freitas_@hotmail.com

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  3. Gostei muito da matéria postada. Agradeço a todos pela força e incentivo!

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