terça-feira, 2 de agosto de 2011

NOSSA LÍNGUA...

LÍNGUA MATERNA: UMA FERRAMENTA PROFISSIONAL
José Neres
(O Estado do Maranhão, 02 de agosto de 2011)

            O mercado de trabalho está a cada dia mais exigente e competivivo. Os aspirantes a uma vaga em uma empresa não têm mais o diploma como único diferencial, precisam de aperfeiçoamento constante, de cursos de atualização e do domínio das novas tecnologias. Quem já conseguiu um emprego também não pode descuidar-se da própria formação, investindo constantemente na aquisição de novos saberes e na ampliação do domínio de seus conhecimentos profissionais. 
            Contudo, no meio de toda essa luta pela sobrevivência e/ou por cargos e salários mais elevados, um dos instrumentos mais importantes no sucesso profissional vem sendo esquecido ou pelo menos relegado a um segundo plano: o estudo da língua materna. No nosso caso, o da Língua Portuguesa.
            Não é preciso, porém, que todos se tornem experts nos mecanismos do idioma, nem que dominem cada uma das nomenclaturas gramaticais para que consigam um cargo ou uma promoção. Mas é essencial que o profissional ou aspirante à vida profissional tenha certa desenvoltura na expressão oral e escrita, ou seja, que saiba falar dentro de um nível aceitável da linguagem oral e que consiga desenvolver, em uma folha de papel ou na tela do computador, um raciocínio lógico e bem articulado.
            Durante todo o processo seletivo e ao longo da vida profissional, o uso adequado da língua materna é tão importante quanto a roupa e a quantidade de títulos que são postos no currículo. Mas, infelizmente, há quem esteja mais preocupado com a aparência física, acreditando que ela é o verdadeiro passaporte para o pleno desenvolvimento da carreira.
 Saber concordar as palavras, utilizar corretamente pronomes, verbos, substantivos, conjuções, preposições e demais classes de palavras, sem apelar para a ostentação vernacular, pode se tornar um diferencial em um mercado a cada dia mais voltado para a comunicação interna e externa. Saber escrever de forma fluente, evitando os desvios gramaticais mais constrangedores e conseguir expressar-se de modo claro, objetivo e elegante são qualidades valorizadas tanto nos órgãos públicos quanto nas empresas privadas.
Mas como desenvolver essas qualidades? Como usar a lingua materna a nosso favor no mundo profissional? As respostas são várias, mas costumam passar todas pelos mesmos caminhos:  estudo regular intensivo e  leitura de bons textos.
Mesmo as pessoas que têm facilidade na expressão escrita e na oral precisam estar em constante prática de estudo, para que os conteúdos aprendidos não se diluam com a falta de uso e também para que as novidades linguísticas sejam internalizadas. Não se trata apenas de fazer cursos e mais cursos a fim de acumular certificados, mas sim de constante atualização com interesse maior na aprendizagem e na expansão do conhecimento. O contato com textos bem escritos é  também primordial para o aumento do vocabulário e para obtenção de estruturas sintáticas menos usuais, porém utilizáveis no dia a dia.
Durante toda a formação escola, da educação básica ao ensino superior, deve sempre haver espaço para a valorização da língua materna. O profissional deve sair de uma instituição de ensino não apenas com um diploma e com os conhecimentos técnicos, mas também com possibilidade de desenvolver suas ideias oralmento e/ou por escrito. Por isso causa estranheza que algumas instituções de ensino superior venham retirando as disciplinas relacionadas à Língua Portuguesa de suas estruturas curriculares. Não se sabe se isso ocorre por economia ou por simples desprezo pelo estudo da Língua. Mas de qualquer forma é algo nocivo à formação daqueles que são considerados o futuro de um País.
Negar aos futuros profissionais a possibilidade de desenvolver, de forma sistemática, a expressão oral e escrita pelo estudo da língua materna é negar-lhes também uma importante  ferramenta que pode ser decisiva para o desenvolvimento da carreira. E, quando se trata de Educação, o essencial nunca pode ser negado. O futuro cobrará essa dívida.

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