sábado, 30 de julho de 2011

JORNAL VIRTUAL Nº 4

Final de mês e estamos de volta com nosso jornal Virtual sobre a Literatura Maranhense.
Esperamos que vocês gostem dos textos.





Para baixar o jornal em PDF, clique AQUI

domingo, 24 de julho de 2011

REEDIÇÃO DAS ESTRATÉGIAS


 Depois de um longo período fora das prateleiras das livrarias, temos uma nova edição do livro ESTRATÉGIAS PARA MATAR UM LEITOR EM FORMAÇÃO
O livro pode ser adquirido tanto da forma física quanto em formato e-book.


A obra é recomendada para profissionais da educação, alunos de Letras e Pedagogia, administradores escolares, pesquisadores e todos aqueles que se interessem pela educação.

Para comprar o livro ou visualizar suas páginas iniciais, dê uma passadinha no site da livraria virtual clicando AQUI.

sábado, 23 de julho de 2011

NOSSAS CIDADES

CIDADES ENCADERNADAS

José Neres
(O Estado do Maranhão)


            Em uma de suas mais conhecidas frases, o romancista russo Liev Tolstoi diz que se alguém quer ser universal deve começar pintando a própria aldeia. Embora inúmeras vezes reproduzido, esse pensamento não foi levado muito a sério por gerações seguidas, que acreditavam que ser universal era ser cosmopolita, era conhecer os pontos mais badalados do mundo, ter um passaporte com diversos carimbos e rechear um álbum com fotos tiradas nos mais variados pontos turísticos.
            Com relação aos estudos históricos, durante muito tempo, alguns pesquisadores também pensaram que ser universal era mergulhar nos estudos totalmente afastados dos acontecimentos regionais e  dar um tom de impessoalidade aos trabalhos. No entanto, nas últimas décadas, isso está mudando e os historiadores começaram a ver que suas próprias regiões podem servir como fonte de pesquisa, que o passado de um povo não se resume apenas aos grandes feitos heróicos, às batalhas e às administrações muito bem ou muito mal conduzidas.
No caso do Maranhão, ultimamente, temos assistido a uma série de lançamentos de obras que tentam resgatar a história de cada cidade. São livros que servirão como fonte de pesquisa para as gerações futuras. E não são apenas as pessoas com curso superior em História que despertaram para a importância do resgate do passado e da fixação do presente, mesmo com um olhar muitas vezes subjetivo, nas páginas impressas de um livro.
Na capital maranhense, livros que buscam resgatar a história e as efemérides da cidade disputam espaço com foto-reportagens que, geralmente associadas a textos de cunho poético, mostram os encantos da Ilha em cores vivas, eternizando momentos no jogo de luz e sombra captado pelo olha sensível dos fotógrafos. No primeiro caso temos, como exemplos, o livro “Guia de São Luís”, de Jomar Moraes, obra indispensável para quem deseja aprofundar-se nos segredos e mistérios da cidade. Temos também “Caminhos de São Luís”, de Carlos de Lima, que traz curiosidades sobre os nomes de ruas e praças da Capital. Os livros “São Luís: Luz di Versos”, de Brawny Meireles; “São Luís, 1908 – 2008, A cidade no Tempo”, livro no qual Albani Ramos faz um paralelo comparativo de cem anos de mudanças na Cidade, cruzando olhares com as fotografias tiradas um século antes por Gaudêncio Cunha; e “São Luís: Alma e História”, também de Albani Ramos, com textos de Sebastião Moreira Duarte.
Imperatriz conta também com um bom acervo sobre sua história. Adalberto Franklin, além de reeditar clássicos como “O Sertão” de Carlota Carvalho, publicou alguns livros importantes para a compreensão da evolução histórica da Cidade, como é o caso de “Apontamentos e fontes para a História Econômica de Imperatriz” e “Breve História de Imperatriz”. Outro livro de vital importância é a “Enciclopédia de Imperatriz”, de Edmilson Sanches, uma fonte inesgotável de consulta e de pesquisa.
Mas não são apenas São Luís e Imperatriz que se veem retratadas em livros. Diversas outras cidades são homenageadas com estudos de bom porte e de boa qualidade. Eis aqui alguns títulos que retratam cidades maranhenses: “São José de Ribamar: a Cidade, o Santo e sua Gente”, (de José Ribamar Sousa dos Reis). “São José de Ribamar: a Lenda” (por Antônio Miranda, em quadrinhos). “São Bento dos Peris: água e vida”, (de Álvaro Melo); “Grajaú: um estudo de sua história” (de Márcio Coutinho); “História de Barreirinhas: Portal dos Lençóis Maranhenses”, (de Baial Ramos). “Pastos Bons: Tempo e Memória” (de Celso Barros Coelho); “De  Miritiba a Humberto de Campos: Trajetória Histórica” (de Dulcinéia Espíndola). “São João Batista, suas lutas, conquistas e vitórias (de Luiz Raimundo Costa Figueiredo); “Bacabal: cenas de um capítulo passado” (de Zé Lopes); “Morros: história e memória de um povo” (de Rogério Rocha)  “Um Passeio pela História de Arari”. (de João Francisco Batalha), “A Viana dos meus avós e a que vivi” (de Rogéryo do Maranhão),  “Terra Querida” e “Viana, te amarei por toda a vida”, (José Soeiro).
Não são apenas esses livros. Felizmente há muito mais, que nem sempre chegam ao conhecimento de quem não conhece pessoalmente as muitas cidades do Maranhão. Aos poucos, os pesquisadores maranhenses vão dando um tempero regional à universalidade histórica da própria terra.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

E NO TEATRO...

LAMPIÃO E SEUS AMORES
José Neres
Fotos: Lindalva Barros

                Fica no ar sempre uma dúvida sobre o que seria necessário para se produzir um espetáculo teatral de qualidade. Algumas pessoas apostam em cenários exuberantes, cheios de recursos psicodélicos; há quem acredite que ter no elenco um ator de renome seja o suficiente; para outras pessoas, o mais importante é ter à mão um bom texto. E há tantas outras ideias que vagam de cabeça em cabeça sobre esse assunto ...
                Mas quem foi nesta terça-feira (12.07.2011) – acredito que o mesmo deva ter acontecido na quarta-feira – ao Teatro João do Vale percebeu que o ator, diretor e produtor cultural César Boaes, os integrantes do Grupo Alegria e Arte do Cidadão e seus  colaboradores optaram por uma fórmula muito mais simples, porém não menos eficaz: uma mistura de simplicidade, técnica, boa música, vozes afinadas, talento, bom texto e esforço coletivo.
                Luzes apagadas. Respirações ofegantes. Tensão. Expectativa de todos os lados. No palco, ainda com as cortinas fechadas, os atores tomavam suas posições tantas vezes ensaiadas. Na plateia, pessoas que decidiram deixar de lado tantos afazeres cotidianos e foram, sedentas, em busca de um pouco de diversão. Homens, mulheres, crianças, adolescentes. Pessoas anônimas e pessoas reconhecidas publicamente, como Ubiratan Teixeira, Joaquim Itapary, Márcio Vasconcelos e tantos outros. Todas irmanadas na expectativa do evento. Antes que a cortina subisse, uma voz preencheu o ambiente. Era a cantora Gerlene Ribeiro acompanhada do músicos e pelo Coral Viva Voz. As conversas e os celulares, num instante, perderam a importância, e a música imperou no ambiente.
                Sobe a cortina. Aos poucos, o enredo vai de desenrolando. O texto de Francisco Pereira da Silva, devidamente adaptado à situação e ao contexto sócio-cultural, vai revelando para o público um outro Virgulino Ferreira, um outro Lampião. Júlio César Fernandes, no papel do temível cangaceiro, e Ana Eva Martins, representado a espalhafatosa Raimunda Borborema, dominam o palco e hipnotizam o público. Não demora muito para que os cacos implantados no texto comecem a tirar boas gargalhadas da plateia. Na cena seguinte, Cleonice França, no papel da outra Raimunda, com seu jeito doce e meigo, começa a dividir a atenção do público. Vez ou outra os risos desaparecem, em respeito à bela e afinada voz de Gerlene Ribeiro, em suas inserções musicais.
                As pessoas mais atentas devem ter percebido que a simplicidade do cenário era um complemento estratégico para a simplicidade do texto e do enredo. O diretor, de modo muito inteligente, usou o recurso da simbologia e conseguiu que os atores transformassem arcos em cavalos, caminhos, asas, grades de prisão, canoa, etc. Prova de que a criatividade pode superar os apertados orçamentos e levar a imaginação do público a ver o invisível e a se envolver com o drama de cada personagem.
                Chega o fim da peça. Que não foi simultâneo com o fim do espetáculo. Pois o público, satisfeito com o que viu, ouviu e sentiu, se levantou e aplaudiu de pé por vários minutos. Atores, músicos, diretor, demais colaboradores e a plateia exibiam sorrisos de contentamento.
                Realmente, não existe uma receita para fazer um bom espetáculo, mas Boaes e todos os seus colaboradores mostraram para centenas de pessoas que o talento e aq boa vontade fazem parte da fórmula. Todos estão de parabéns.


 FICHA TÉCNICA
Diretor: César Boaes
Texto: Francisco Pereira da Silva
Título Original: O Trágico destino de duas Raimundas ou Os dois amores de Lampião antes de Maria Bonita e só agora revelados.
Elenco: Ana Eva Martins (Raimunda Borborema); Cleonice França (Raimunda Jovita); Júlio César Fernandes (Lampião); Jeremias Ribeiro (Navalhada); J. R. Alves (Coronel Piranhas); Éder Cruz Luna (Padre Cícero); Celso Antônio (apresentador); Suzete Martins (Mulher 1/Diodora); Lívia Oliveira (Mulher 2); Sergiane Moraes (Maria Bonita); Nelzi Avelar (Mulher 3); Domingas Santos (muher 4)
Coral Viva Voz
Regente do Coral: Ronaldo Ribeiro
Cantoras Convidadas: Gerlene Ribeiro (terça-feira) e Vanessa Furtado (quarta-feira)
Iluminação: Oscar Castro
Músico convidado: Walter Rodrigo

OBS: Os atores e demais envolvidos na peça são funcionários do Viva Cidadão.

terça-feira, 12 de julho de 2011

PARA QUEM GOSTA DE SE APROPRIAR DE IDEIAS ALHEIAS...

A TRISTE PRÁTICA DO PLÁGIO
José Neres
(O Estado do Maranhão, 12 de julho de 2011)

Fonte da imagem: internet (sem plágio)
               Preguiça?  Deficiência intelectual? Busca de facilidades? Certeza de impunidade? Ingenuidade? Falta de orientação? Ou um atávico pendor para a prática de furtos generalizados em todos os graus? Não se sabe ao certo a gênese ou o DNA dos inúmeros plágios que infestam os trabalhos (?) acadêmicos em nossas universidades e faculdades.
               É preciso sempre lembrar que plágio escolar/acadêmico não é novidade. Ele vem desde o tempo em que os estudantes copiavam páginas e mais páginas de livros, revistas, enciclopédias e alegavam que o resultado daquela bricolagem era um trabalho digno de nota. Mas pelo menos podia-se dizer que, durante o ato de transcrever o texto, o aluno acabava assimilando parte do conteúdo e, dessa forma, havia algum tipo de aprendizagem.
Hoje, no entanto, com as inúmeras facilidades oferecidas pelo mundo virtual, os atos de localizar, selecionar, copiar e colar tornaram-se tarefas praticamente automáticas, que, em muitos casos, dispensam a leitura integral do texto. Em alguns cliques, uma pesquisa que levaria dias, semanas ou até mesmo meses, se solidifica em forma de texto. Há casos em que o plagiador faz uma montagem tão esmerada que é capaz de enganar até mesmo os mais atentos leitores. A maioria, porém, tudo que consegue fazer é  um Frankstein, no qual as partes não se encaixam. De qualquer modo, bem ou mal feito, esse tipo de texto não passa de plágio, de apropriação indébita de ideias, palavras e de trabalhos alheios.
As notícias de que alguns desses infratores foram pegos e, às vezes, desmoralizados acabam por alertar os plagiadores mais atentos, que, temerosos de que seus “trabalhos” sejam rastreados por ferramentas e programas específicos, tentam ludibriar os examinadores com substituição de palavras por sinônimos ou com inversão dos termos de algumas orações. Dessa forma, se o professor não ler com atenção o texto e se confiar tão somente nos recursos eletrônicos para a detecção de plágios, acabará chancelando com notas, às vezes, altíssimas a incompetência e a preguiça do “estudante”.
                O professor, quase sempre um semianalfabeto nas lides com os instrumentos tecnológicos, e, às vezes, também um emérito plagiador, é até capaz de ficar feliz com as notas obtidas por determinados alunos. Inocentemente, ele pode até pensar que a educação está melhorando, que aqueles estudantes estão assimilando melhor os conteúdos ensinados. Em outros casos, o mestre até percebe a enganação, mas, ou por não ter provas ou para não se indispor com os plagiadores, acaba compactuando com a situação.
                Contraditoriamente, nos casos em que o plágio é detectado e o(s) culpado(s) são chamados para uma conversa (quase sempre reservada), o que se vê não é uma atitude de vergonha por haver cometido um crime, nem o constrangimento de ter(em) sido pego(s) em uma situação delituosa, legal e moralmente condenável. O que se vê quase sempre são atos de revolta contra quem descobriu a fraude. A inversão de valores dos plagiadores chega ao extremo de deixar a impressão de que o crime não é apropriar-se do trabalho alheio, mas sim descobrir que isso foi feito. Diante das provas, o ódio geralmente é mais forte que a vergonha.
                Para piorar a situação, ainda há os casos de quem vende trabalhos prontos, quase sempre uma montagem grosseira de diversos textos. Quando na redação são detectadas as fontes, quase sempre o comprador, que se julgava esperto por adquirir um trabalho especialmente feito para aquela situação, descobre foi vítima de outros elementos ainda mais espertos, que jamais perderiam seu tempo fazendo pesquisas sérias para quem não sabe o que significa seriedade.
                Realmente não é possível saber de onde vem a motivação para plagiar. Mas não é tão difícil prever seus resultados: profissionais desqualificados que, possivelmente, diante de uma situação desafiadora, não terão capacidade de resolver nem mesmo os problemas mais simples. Trabalhos podem até ser comprados ou copiados, mas a competência é uma exclusividade de quem estuda. 

sábado, 9 de julho de 2011

ARTIGO

RONALDO COSTA FERNANDES,  POETA DE IMAGENS

Eudson Sousa Menezes

Pesquisador, graduado em História e graduando em Letras

José Neres

Coordenador do projeto O Sistema Literário Maranhense: Hipermídia e Hipertextos



A literatura maranhense vive em constante processo de renovação. Novos poetas, contistas, romancistas e dramaturgos buscam, apesar dos entraves do mercado editorial, manter a tradição do Maranhão como celeiro de grandes homens (e mulheres) de letras. Nessa vereda que procura manter essa tradição, o nome de Ronaldo Costa Fernandes merece destaque no campo da poética maranhense.

Ronaldo Costa Fernandes nasceu em São Luís do Maranhão a 29 de agosto de 1952. Graduou-se em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde concluiu também o mestrado em Literatura Hispano–Americana. Doutorou-se pela UnB com a apresentação da tese A ideologia do personagem brasileiro, que foi publicada em livro pela Editora da UnB em 2007. Residiu por nove anos em Caracas, na Venezuela, onde dirigiu o Centro de Estudos Brasileiro da Embaixada do Brasil. Foi também Coordenador da Funarte de Brasília de 1995 a 2003.

A produção literária de desse escritor transita entre romance, conto, poesia e ensaio. Seus dois primeiros romances são “João Rama” de 1979 e “Retratos falados” de 1984. Em 1998, com o romance “O Morto Solidário”,  que foi traduzido e publicado para o espanhol,  recebeu o Prêmio Casa de Las Américas.  Em 1997, lançou o romance ”Concerto para flauta e martelo”, que foi finalista do Prêmio Jabuti de 1998. E em 2005 publicou o romance “O viúvo” e, em 2010, trouxe à tona “Um homem é muito pouco”, seu mais recente romance.. No campo do ensaio, publicou, em 1996, O “Narrador do Romance”, laureado como Prêmio Austregésilo de Athayde, da UBE-RJ.  Como poeta publicou “Estrangeiro” de 1997, “Terratreme” de 1998, “Andarilho” de 2000, “EternoPassageiro”, de 2004 e “A Máquina das Mãos”, de 2009, livro com o qual recebeu o prêmio de Poesia da Academia de Letras em 2010. Como contista, publicou “Manual de Tortura”, 2007.

Mesmo sendo um estudioso de elevada cultura, o escritor não deixa de ser também um “refém” da imaginação. Em seu poema “Imaginações Violadas”, toda tensão entre o racional e o irracional é fermentada pela imaginação. É necessário então externar essa tensão por meio do “pão poético”. Dessa maneira, poeta funde, em seus versos,  ateísmo e religiosidade. Crer na não existência de deus, não é um princípio de religiosidade? Para o eu-lírico há, sim, esse princípio. A imaginação, o “padeiro”, a cada manhã fermenta no poeta essa pulsão entre negar e aceitar a imanência do divino. Então diante da manhã, a filosofia se esvai em migalhas, pois a filosofia não consegue explicar essa tensão entre o racional e o transcendente. Portanto, toda imaginação se tornar um ato transcendente. É isso que intriga o poeta: como as suas “imaginações são violadas” pelo transcendental?

O poeta maranhense Ronaldo Costa Fernandes representa, por meio de seus versos, a tensão maior da pós-modernidade: a descrença nos valores morais. A crítica poética não é apenas sobre a religiosidade, mas é também contra as ideologias totalizantes. No poema Potemkim-Kursk, o eu lírico põe em xeque a eficiência dos modelos sociais baseados na doutrinação ideológica. Não é apenas o socialismo que é posto em descrédito, mas todas as ideologias que pretendam uniformizar as relações humanas, tirando-lhes a vitalidade das mesmas.

O poeta também analisa os sentimentos do eu lírico ante o mundo pós-moderno. A pós-modernidade que tudo relativiza é o lugar de pulsão entre a moral que tudo permite e a religiosidade que põe restrições a ação. É, portanto, através da poesia que o poeta consegue da “forma ao informe”. A poesia, consequentemente, torna-se a catarse do eu lírico a esse estado de tensão entre o racional e o íntimo.

A poesia de Ronaldo Costa Fernandes demonstra claramente que é possível fazer versos que unam plasticidade textual, jogos imagéticos e extrema incursão pela logopeia, ressaltando o dito e suscitando o não-dito. É uma poesia a ser consumida sem pressa, com olhos atentos nos detalhes e nas armadilhas poéticas que espreitam o leitor a cada virar de página.

domingo, 3 de julho de 2011

JORNAL VIRTUAL Nº 3





Caros amigos,
Caras amigas,

Aqui está o terceiro número de nosso Jornal Virtual sobre a literatura maranhense. Neste número temos:
  • Artigos sobre Wilson Martins e Antônio Torres Fróes
  • Perfil literário de Waldemiro Viana
  • Crônica de Iole Cutrim
  • Dica de Leitura
  • Guia de compras de livros de autores maranhenses
  • e muito mais

clique AQUI e confira as matérias

sexta-feira, 24 de junho de 2011

JORNAL VIRTUAL - EDIÇÃO ESPECIAL

Este número de nosso jornal virtual é inteiramente destinado às festas juninas no Maranhão
Uma boa leitura a todos.
Para baixar o arquivo em PDF, clique AQUI.

O terceiro número do jornal sairá dentro nos últimos dias deste mês de junho. Aguardem


terça-feira, 14 de junho de 2011

PARTICIPEM

Há sete anos o Instituto Geia realiza o Festival de Literatura, em São José de Ribamar. Faz parte da programação espaço para as Comunicações onde há a apresentação de monografias. Este ano, o Instituto irá premiar a melhor monografia apresentada durante o Festival. Podem se inscrever trabalhos monográficos já defendidos, além de dissertação de especialização, mestrado ou doutorado nas áreas de Literatura e Ciências Sociais, conforme regulamento que segue abaixo. As inscrições podem ser feitas no site www.geia.org.br ou na sede do Instituto na Av.Colares Moreira,1, q-121, sala 102, Renascença.

REGULAMENTO

O Instituto Geia torna público que promoverá, na VII Edição do Festival Geia de Literatura, o I Prêmio Geia de Monografia nas áreas de Literatura e Ciências Sociais das instituições de ensino superior, públicas e privadas, do Estado do Maranhão.

1.              A inscrição (gratuita) será realizada no período de 01 a 30 de junho de 2011, no horário de 8:00 às 12:00h, e de 14:00 às 18:00h, de segunda a sexta feira, na sede do Instituto Geia.

2.              A inscrição poderá ser individual ou em grupo.
3.              Para participar o candidato deverá:
a.              preencher formulário de inscrição, disponível no site www.geia.org.br;
b.             entregar um resumo do trabalho digitado e impresso em papel A4, fonte Times New Roman, corpo 12, espaço 1,5, obedecendo às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em uma página.
4.              O Instituto Geia selecionará as monografias para apresentação no Festival.
5.              Cada autor apresentará pessoalmente a sua monografia, utilizando os recursos que julgar conveniente e possam ser disponibilizados pelos organizadores do Festival.
6.              A apresentação de cada trabalho obedecerá a um máximo de 40 minutos, dos quais 20 minutos serão dedicados ao diálogo/debate com os participantes;
7.              Comissão Julgadora, composta de 3(três) membros, designada pelo Instituto Geia, escolherá a monografia vencedora do Prêmio.
8.              Ao vencedor será conferido diploma e o Prêmio Geia de Monografia, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil).
9.              Os três melhores trabalhos serão publicados no site do Instituto Geia.
10.          A divulgação do resultado e a entrega do prêmio acontecerão no dia 26 de agosto de 2011, em São José de Ribamar, na Praça da Matriz, às 18:00h.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

ILHAVIRTUALPONTOCOM

NÚMERO 2


Aqui está o segundo volume de nosso jornal virtual.
Para baixar o arquivo em PDF, clique AQUI
Desejamos uma boa leitura a todos e anunciamos que, a partir do próximo número, o jornalzinho terá oito páginas, com muito mais espaço para crônicas, artigos e outras seções.

AGUARDAMOS SUA COLABORAÇÃO







terça-feira, 24 de maio de 2011

CONCORRA A UM LIVRO








Quem quiser concorrer a um exemplar do livro Tábua de Papel não deve perder essa oportunidade:
Acesse o blog do MARANHARTE, vá ao link relativo ao sorteio e faça sua inscrição
Parabéns ao Flaviano e à Mariane pela iniciativa

segunda-feira, 23 de maio de 2011

UM BELO DISCURSO

Não conheço a professora Amanda Gurgel, mas ela merece todo o nosso respeito, pela coragem, pela argumentação e por mostrar a face negra de nossa educação...
Vale a pena ver e rever o vídeo

quinta-feira, 19 de maio de 2011

MANUEL DE BARROS

Leiam nosso artigo sobre o grande poeta Manuel de Barros na revista CONHECIMENTO PRÁTICO LÍNGUA PORTUGUESA, nº 29 - nas bancas. Adquiram a revista e tenham contato com a obra de um dos maiores poetas da atualidade.



sábado, 14 de maio de 2011

CONVITE

Um dos mais interessantes e constantes eventos literários terá mais uma edição em nossa Ilha. Vejam o convite e prestigiem...


quinta-feira, 12 de maio de 2011

CARLOS DE LIMA

CARLOS DE LIMA: UM ADEUS HISTÓRICO
José Neres

O Estado do Maranhão, 11 de maio de 2011)

Fonte da imagem: Site da AML
  Logo após o brilho das festividades do dia das mães, a semana começou toldada por uma nuvem opaca que trazia uma péssima notícia: o pesquisador, folclorista, escritor e historiador Carlos Orlando Rodrigues de Lima, mais conhecido no mundo acadêmico e literário como Carlos de Lima, aos noventa e um anos, colocou o ponto final na grande enciclopédia de conhecimento que foi sua própria vida.
Homem visceralmente envolvido com as artes e com a cultura em geral, fino e gentil no trato com seus leitores, amigos e admiradores e, principalmente, consciente do papel do intelectual que atua longe dos holofotes dos grandes centros irradiadores de cultura, Carlos de Lima fez muito mais que viver suas nove décadas, ele aproveitou todos os seus momentos e, durante quase um século de existência, pôs no papel suas ideia, suas pesquisas e sua criatividade, para que as gerações futuras pudessem ter outras fontes de sustentação, além das já tradicionais, na busca da compreensão dos fatos do passado e do entendimento do presente.
            Obstinado pelas pesquisas e pela busca da perfeição, Carlos de Lima tornou-se um dos autores mais produtivos da historiografia maranhense. Em seus livros, os fatos históricos dividem espaço com as interpretações críticas e com as percepções do próprio autor, o que assustou os demais historiadores e levantou inúmeros questionamentos acerca de qual seria o método utilizado para chegar às conclusões advindas de inúmeras leituras e de horas e mais horas de pesquisas a algumas fontes que só mesmo a paciência de um garimpeiro de detalhes iria localizar.
            Possivelmente, o grande legado da passagem de Carlos de Lima pelas veredas da vida sejam seus livros sobre a história do Maranhão. Inicialmente em volume único, com um estilo rápido e sem tempo e espaço para aprofundar os momentos destacados, o livro foi totalmente reformulado, ampliado e depois publicado pela Editora do Instituto Geia, em três volumes, cada um cobrindo um momento específico de nossa história, a saber, Colônia, Monarquia e República. Também merece destaque o livro “Paixão e Morte da Cidade de Alcântara”, que traça um percurso histórico da famosa cidade maranhense.
            As efemérides maranhenses também tinham espaço na vasta produção de Carlos de Lima. Com o intuito de informar e divertir ao mesmo tempo, ele dedicou parte de seus trabalhos a algumas curiosidades que não são valorizadas pela historiografia. Desse modo, em seu livro “Caminhos de São Luís”, o leitor faz uma viagem por ruas, praças e becos da cidade, conhecendo a origem dos nomes e mergulhando em detalhes aparentemente banais, mas que podem contribuir tanto para um bate-papo nos bares e nas esquinas, como também podem oferecer subsídios para o início outras pesquisas acerca da Cidade.
            O apego às pesquisas históricas acabou eclipsando a vertente literária de Carlos de Lima. Ele, contudo, também se dedicou à prosa e aos versos, publicando contos, crônicas e cordéis, nos quais fazia desfilar sua verve crítica e sua criatividade.
            No dia nove de maio de 2011, Carlos de Lima, depois de cumprir com seus deveres de homem de letras, fechou o último tomo de sua vasta biblioteca e passou à, definitivamente, condição de importante capítulo da história do Estado que ele tanto amou e estudou. 

domingo, 1 de maio de 2011

LANÇAMENTO

O ANTOLÓGICO JOSÉ MARIA NASCIMENTO

Na última quinta-feira do mês de abril, em um dos salões do Convento das Mercês, foi lançado o livro Antologia Poética, do poeta maranhense José Maria Nascimento. Se não havia um grande público fazendo fila para adquirir o livro – seria inacreditável se tivesse, pois continuamos dando pouco valor aos nossos autores – pelo menos havia um grupo seleto e dedicado às letras para privilegiar o escritor que, com esse lançamento comemora seus 50 anos de poesia, completados em 2010.
Na plateia, nomes ilustres como José Ewerton Neto (cronista, poeta e prosador), Nauro Machado (poeta e ensaísta), Ceres Costa Fernandes (professora, cronista e ensaísta), José Carlos Sousa e Silva (advogado e escritor), Chagas Val (poeta), Laura Amélia Damous (poetisa), Sebastião Moreira Duarte (professor, ensaísta e crítico literário) e Joaquim Itapary (cronista e pesquisador), além de outras personalidades que acolheram ao pedido do homenageado para o lançamento.
Como sempre, parece que a juventude, principalmente representada por estudantes universitários, continua ausente dos lançamentos que acontecem em nossa cidade. Parece que a literatura não tem o poder de atrair os jovens, que, seguramente têm muitos outros afazeres culturais e não podem perder tempo com essa tal de literatura.
José Maria Nascimento, com suas sete décadas de vida, com cinquenta anos de dedicação à poesia, não precisaria de apresentação. Mas, infelizmente, não é bem assim. Mesmo com tantas páginas publicadas, o escritor ainda passa despercebido da maioria das pessoas que cruzam com ele pelas ruas da cidade e não se dão conta de que passam por um homem que respira, come bebe e sua poesia.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

NA PONTA DA LÍNGUA


Disponibilizamos para quem gostar dos estudos sobre os falares maranhenses, nosso pequeno trabalho sobre o vocabulário maranhense. Sabemos que ele ainda está incompleto e pode ser ampliado com novos termos, mesmo assim é sempre um início.


clique AQUI para ler ou baixar o trabalho

domingo, 17 de abril de 2011

BANDEIRA TRIBUZI


TRIBUZI: UM POETA COMPLETO
Antônio José Maciel Soares[1]
José Neres[2]
Fonte da imagem: internet

      Na literatura brasileira, há muitos autores que mereceriam um maior reconhecimento por parte do público e da crítica. São escritores que, apesar do imenso talento, não são devidamente divulgados em todo o território nacional e acabam sendo vistos como talentos apenas regionais, quando em verdade apresentam qualidades suficientes para serem postos em categorias mais elevadas. Entre esses nomes, pode ser citado o de José Tribuzi Pinheiro Gomes, literariamente conhecido como Bandeira Tribuzi.
Tribuzi, escritor, jornalista, orador, professor e poeta maranhense, nascido em 02.02.27 e falecido em 08.09.77, figura entre os maiores nomes da poesia maranhense. ele escreveu “Alguma Existência”, “Rosa da Esperança”, “Safra”, “Sonetos”, “Pele e Osso” e “Íntimo comício”, entre outros.
Ele muito contribuiu para que a poesia maranhense, num tempo em que ainda se cultivava a forma parnasiana, num contexto em que a Semana de 22 não conseguia penetrar, fosse modernizada, contribuindo para novos caminhos no que se refere a padrões estéticos literários, mas  sem a intenção e pretensão de formar escola.
Como muitos poetas, Tribuzi não deixou de retratar também em suas obras a injustiça social, podendo ser visto também como um poeta engajado. Sua imensa capacidade administrativa, levou-o  ao cargo de assessor de governo, com uma militância acima de tudo poética contemplando os menos favorecidos, pois Tribuzi ao chegar de Portugal, onde estudava, ficou chocado com a pobreza em que vivia o povo maranhense e com a injustiça social que havia. Houve um choque cultural pelo contraste entre a realidade dos dois países. O poeta, munido de consistente formação humanística e com uma sensibilidade bastante aguçada, não poderia ficar alheio ao sofrimento do povo, o que fez surgir um poeta gauche, contestador,  político e lírico ao mesmo tempo.
O prazer pela criação literária e seu grande conhecimento de estética fizeram com que Tribuzi criasse vários poemas falando do próprio fazer poético, caracterizando nesse sentido, a metalinguagem, umas das marcas de sua obra, além de sempre demonstrar o grande amor que sentia por São Luís, conforme pode ser visto em diversos de seus poemas.
Em seu livro “Alguma Existência”, percebe-se uma característica peculiar do poeta, a quase total ausência do uso de sinais linguísticos como pontos, vírgulas, etc. Devido a isso, comenta-se um fato pitoresco: um dia o poeta foi comprar um sapato e perguntado sobre sua pontuação o mesmo disse que não usava pontuação.
Bandeira Tribuzi não se atinha apenas ao exterior, à casca do ser humano, preocupava-se também com o interior, retratando a aparência e a essência. Em seu poema “Pele e Osso” o poeta deixou evidente essa característica, o que fez  descartar a acusação que muitos olhe imputaram de ser materialista, demonstrando que, além de se preocupar com o lado social da vida, refletia em suas obras a importância da essência humana.
Na ocasião da morte de Tribuzi, em 1977, José Sarney publicou um longo artigo intitulado “Por quem choram as casuarinas”, no qual cita as inúmeras qualidades do poeta, ressaltando a importância de Tribuzi para a poesia maranhense.  Sarney fala também do homem comprometido com o fato social, do homem sensível, o mesmo cita nunca ter conhecido alguém tão bom, tão avesso ao ódio, um homem sem maldade no coração. Curiosamente, Bandeira Tribuzi nos deixou no dia do aniversário da cidade que tanto amou.


[1] Pesquisador voluntário do Projeto Sistema Literário Maranhense: Hipertexto e hipermídia
[2]Professor universitário.  Coordenador do grupo de pesquisa.

domingo, 10 de abril de 2011

JORNAL VIRTUAL

amigos, está no ar o primeiro número de nosso jornalzinho virtual sobre literatura maranhense. Ele será mensal e aceitamos colaborações em forma de artigo, poema, conto, etc.
basta enviar o material para o e-mail: ilhavirtualpontocom@gmail


quarta-feira, 6 de abril de 2011