segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

UMA RESENHA DE FLAVIANO



Flaviano e Mariane estão lutando para divulgar as letras maranhenses. No blog www.maranharte.blogspot.com, eles vão tecendo palavras e cumprindo com um papel que seria de todos os que gostam do Maranhão, mas que, infelizmente, poucos levam a sério.

No espaço abaixo, reproduzo uma resenha de Flaviano a respeito de meu mais recente livro, Montello: O Benjamim da Academia. Agradeço a ele e, mesmo sem permissão transcrevo aqui o trabalho







RESENHA

Flaviano Menezes
Graduando do curso de Filosofia (UFMA)

O livro Montello: O Benjamim da Academia, de José Neres (professor de Literatura da UFMA e autor de Os epigramas de Artur, em parceria com o professor Dino Cavalcante, de 2000; Estratégias para matar um leitor em formação (2005); 50 pequenas traições (2007), dentre outros) é a princípio dirigido ao público que gosta de literatura e principalmente deseja saber como um escritor consegue a “imortalidade” da Academia Brasileira de Letras. Nesse caso, seguiremos os últimos passos percorridos pelo maranhense Josué Montello até ingressar na tão almejada Casa de Machado de Assis.


José Neres não se apresenta como um pesquisador que se preocupa em parecer “sofisticado”, procurando sempre um termo pomposo para aparentar ser mais acadêmico, algo que acontece em demasia em nossas atuais, eruditas e entediantes obras bibliográficas. A análise sobre como o autor de Os tambores de São Luis conseguiu em 1954 a cadeira que outrora pertenceu ao também maranhense Artur Azevedo é menos acadêmica do que outras obras desse gênero e talvez por isso torna-se uma vantagem lê-la, isso porque, a finalidade da obra parte exatamente da preocupação de um pesquisador em apresentar os fatos, sendo ele próprio um observador, com notas necessários, mas sem aqueles dispensáveis comentários tendenciosos.

Josué Montello nasceu em São Luís, em 21 de agosto de 1917. Estudou na escola Modelo Benedito Leite, onde fez o curso primário, e posteriormente no Liceu Maranhense. Ainda no Liceu dirigiu A Mocidade, onde publicou seus primeiros trabalhos literários. Ingressa na Sociedade Literária Cenáculo Graça Aranha e começa a colaborar nos principais jornais da cidade (Folha do Povo e O Imparcial). Ao mudar-se para Belém do Pará, consegui publicar seu livro de estréia e aos dezoito anos torna-se membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Muda-se novamente, agora para o Rio de Janeiro, em 1938 e integra o grupo de intelectuais “Dom Casmurro”, colaborando com esse periódico e outros jornais da capital. Em 1939, aos vinte dois anos de idade estava na Academia Brasileira de Letras lendo seu artigo “A índole da língua e a frase de Machado de Assis” e iniciando uma aspiração que só conseguia concretizar quinze anos mais tarde: a de ser um imortal das letras brasileiras.


O livro de José Neres começa esclarecendo porque Montello já se mostrava um acadêmico antes mesmo de adentrar com o fardão naquele templo das letras e como era querido pelos outros escritores e até pelos críticos literários, como o discordante Agrippino Grieco, que, em nota sobre a eleição de Montello para a Academia declarou essa pérola; “Isto não é novidade, o Montello é acadêmico desde a escola primária.


A política interna da Academia, as expectativas, a candidatura, as cartas de pedido de voto, o auxílio indispensável de Viriato Corrêa, a votação e a vitória de Montello para a cadeira de número vinte e nove são alguns dos assuntos desvendados por Neres nesse necessário e instigante trabalho de pesquisa, trabalho este que se utiliza também de cartas, notas de jornais e fotos do momento mais glorioso que um escritor pode almejar. Em suma: um livro muito bem escrito, em linguagem acessível e que, sem grandiloquências, dá uma lição de como apresentar um grande escritor para uma nova geração de leitores (e pesquisadores) que está se formando no Maranhão.

2 comentários:

  1. Muito feliz por ter gostado e envaidecido pela reprodução.
    Flaviano Menezes

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  2. Muito obrigada pelo incentivo e por indicar nosso blog, sinto-me lisonjeada.
    bjinhos literários.

    Mariane Vieira

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